terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Projecto Van Gogh.

Hoje de pé quieta imóvel
Preparada para acção
Para a festa eminente do nosso encontro
Perdi a voz.

Não consegui cantar,
Não saiu nada,
As minhas mãos tremiam
As minhas pernas não reagiam
Ao impulso de querer sair dali
E chorar sozinha.

Perguntei-me vezes sem conta,
Para onde foste?
Porque levaste contigo a minha força
E o meu falar?
Porque tomaste para ti o que não te pertence, sem dizeres nada?
Porque não vieste assistir à minha desgraça?

Então, quando me tiraram dali
Levaram-me para longe das luzes
E percebi, que não foste tu que me calaste
Que não foste tu que me gastaste nas tuas mentiras
E utopias macabras.

Fui eu, que me esqueci de respirar sozinha
De como é perigoso pisar aquele chão,
De como é inteligível o meu silêncio
E o silêncio do mundo
Agora que deixaste de me aprisionar.

Viver comigo é um desafio
Aprender-me novamente também,
Mas é bem mais saudável
Que tentar te salvar.

1 comentário:

Pedro Pinto disse...

eu costumo dizer que o silêncio é tão importante quanto a música em si, ou até faz parte dela...