domingo, 25 de julho de 2010

EstaTua

Ainda não chegaste, e eu continuo à tua espera
Já branca pálida, fraca
Sentada nesta cadeira que me agarra há dias.
Disseste que vinhas, e onde estás tu? Que te aconteceu?
Fico assustada ao pensar que tudo se perdeu.
Mas o meu cigarro já se apagou,
E o meu aspecto optimista e até um pouco arrogante
Abandonou-me aos poucos.
Estou feita em farrapos, suja, despida
À espera.
E a lua cheia já me queima,
A brisa do Verão já me arrepia
E as trevas já desceram sobre a minha cabeça.
E tu não vens.
É o silêncio a minha companhia,
Não há mais nada para além do silêncio,
Não consigo pensar
Não consigo ver-te
Nem tocar-te.
Começo a achar que já não existes,
Começo a ficar louca de desejo.
Anseio o teu beijo como anseio pela morte
És tu o meu fado, a minha sorte maldita
E eu mal te conheço,
Ou te conheço por inteiro.
Vem, se me tens algum tipo de sentimento,
Corre para mim, se me amas, sem qualquer constrangimento.
Vem e abraça-me
Cuida de mim,
Como só tu sabes fazer
Como só tu farás até ao fim.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Promessa


É difícil para mim acordar a meio de ti, e as viagens a que nos propomos são sempre para mim o mundo e para ti o centro.
A luz no chão reflecte o pó e a sujidade.
Eu transpiro imenso no teu peito, e acaricias o meu cabelo húmido com as tuas mãos suadas.
Estamos a desaparecer.
Sabemo-lo.
E as palavras já estão gastas, amor.
A estrada precipita-se no abismo do deserto, e eu quero dançar contigo.
Sinto que o beijo súbito e inconsciente me vai sair do corpo e tornar-se um monstro que terminará com tudo.
Tudo cairá por terra.
Só espero que não seja apenas meu este sufoco, porque o teu corpo escorre para o meu, e as tuas carícias, que não te peço nem exijo, saciam-me sempre a sede.