domingo, 20 de janeiro de 2013

Au Milieu Du Silence

Na casa nua de gente
A luz branca inunda os defeitos
Mostra-os em carne crua
Sem outro intento
Deixa-nos rodeados de solidão
E caminhamos lentamente entre os móveis
Inexistentes, Invisíveis
Sem exatidão
Traçando percursos que nada dizem.

Descalça percorri o jardim despido e húmido
Até à parede onde dei por mim sedenta
E num arco velho desenhei
Água azul e límpida
Mas não chegou para saciar
A melancolia que vive em mim.

Tenho caminhos desenrolados a meus pés
E não há amor aqui
Não há utopias inocentes
Está tudo em ruínas
E chove incessantemente.

Quem me dera que o tempo não fosse cruel
Que o teu coração ouvisse o bater do meu
Que as tuas pernas se enrolassem nas minhas
E sem me quereres perder
Me abraçasses num beijo interminável, incorruptível, infinito. 


2 comentários:

Isis Galvão disse...

Meu Deus, que poema mais lindo. Que delicadeza, que linguagem, que imagens...
Chorei.
Você é uma pérola da poesia. E eu ainda vou te publicar, minha amiga.
Um beijo cheio de saudade

Isis Galvão disse...

Meu Deus, que poema mais lindo. Que delicadeza, que linguagem, que imagens...
Chorei.
Você é uma pérola da poesia. E eu ainda vou te publicar, minha amiga.

Saudade.