quinta-feira, 24 de março de 2011

Fidel



Tenho no sangue fervente
Uma mágoa
Pequenina
Cada vez que me assombras
De noite.

E levanto-me a meio do sono
Procurando água
E prados verdejantes
Para descansar o coração
De que estou a caminhar
Na direcção correcta.

As nuvens ao largo da cama
Quase tapam a luz da lua
E não consigo enxergar mais a tua face
Nem vibrar nos teus dedos singelos.


Com a tempestade
Caindo sobre as flores
E sobre as bestas
Dou por mim a fazer as malas
Querendo fugir de ti.

Não parecendo querer apagar-te
Pois a ti pertenço,
Vou-me entregar ao mar
Vou salgar os meus cabelos
E ficar por lá, longos anos
Agarrada ás areias queimadas
Pelo sol de outro amor.

1 comentário:

Isis Galvão disse...

O mar é, sempre, o senhor dos refúgios. Lindo poema, Miró.