sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Douglas passei o teu limite.



Disseste-me: "vai, e nunca mais voltes!". A tua voz parecia amarga como fel.
Então peguei nos trapos rasgados e descalça desci a rua molhada.
Coxeava, como antigamente, era do frio e do medo.
Acreditei nas tuas palavras e agora via-te como um monstro.
Um deus caído, um demónio cruel.
Entre o ar cortante que me tocava a face e o liquido que ela vertia,
Eu ia congelando.
"Vai, e nunca mais voltes!" Ouvia outra vez no meu coração,
E a pontada aguda, deitava-me ao chão.
Tentava correr e fugir dali, com medo de alguém,
Mas não de ti.
Então, pus, pé ante pé, em velocidade estonteante,
A sentir nas minhas plantas o lixo cortante
Das noites embriagadas.
E num ápice deslizei entre a fronteira da dor e o horizonte da libertação.
Afinal, sabias que deixar-te, trazia-me um futuro bem mais brilhante!

Sem comentários: