terça-feira, 30 de novembro de 2010

Carpideiras


Porque temos de ser nós sedentas de tudo?
Porque temos de ser nós embriagadas com silêncio?
Porque temos nós de encarar a vida como vocês querem?
Porque temos de ser nós a ceder?
Não encontramos abrigo nos rostos rudes dos desconhecidos,
Não encontramos palavras nos lábios que nos são tão queridos.
Palavras de conforto que não sejam senão breves quimeras
Dos tempos em que ainda brincávamos no colo dos nossos pais.
Porque temos de ser nós a percorrer o mundo?
Porque temos de ser nós a deixar tudo para trás?
Porque temos nós de trocar a nossa vida pelo prazer do vosso sorriso?
Porque temos de ser nós a dar?
Porque temos nós de abdicar do nosso ventre e da nossa carne para vos dar a vida eterna?

Dedicado a C.Leal.

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