domingo, 6 de junho de 2010

Não é minha a tua culpa.

Ainda vejo e prevejo o ventre indesejado da minha presença
E para quê querer-te se a tua face me queima a pele?

Cada palavra tua é como um pecado,
É uma mentira inigualável ao meu fardo pesado.

Todo o ódio que me tens me fascina.
Pensei não ser possível existir tal sentimento,
Tal sentido de injustiça perante o meu arrependimento.

Vale a pena falares comigo, tentares estar a meu lado
Se a única certeza que tens é que tudo seria mais fácil se eu não existisse?

Cais, e rasgas a tua própria garganta,
Não são preces o que cantas,
É a inércia a que te entregas que te corrói a mente.

Eu não tenho culpa,
Eu não te fiz nada,
Eu apenas existo e por isso sou crucificada.

Antes de te entender, antes de sequer pronunciar o teu nome
Já tu desejavas o sabor da morte,
Ansiavas por um cataclismo.

Sou eu sim,
Aqui estou,
Estarei,
Até que desças à terra e me leves contigo para o Nada.

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