domingo, 28 de setembro de 2008

Triângulo


O meu amor tem lábios de silêncio 
E mãos de bailarina 
E voa como o vento 
E abraça-me onde a solidão termina. 

O meu amor tem trinta mil cavalos 
A galopar no peito 
E um sorriso só dela 
Que nasce quando a seu lado eu me deito. 

O meu amor ensinou-me a chegar 
Sedento de ternura 
Separou as minhas feridas 
E pôs-me a salvo para além da loucura.

O meu amor ensinou-me a partir 
Nalguma noite triste 
Mas antes, ensinou-me 
A não esquecer que o meu amor existe.

J.P.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é para te dar coragem
Para seguir viagem
Quando a noite vem...

E também para me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...

Chico B.