Preparada para acção
Para a festa eminente do nosso encontro
Perdi a voz.
Não consegui cantar,
Não saiu nada,
As minhas mãos tremiam
As minhas pernas não reagiam
Ao impulso de querer sair dali
E chorar sozinha.
Perguntei-me vezes sem conta,
Para onde foste?
Porque levaste contigo a minha força
E o meu falar?
Porque tomaste para ti o que não te pertence, sem dizeres nada?
Porque não vieste assistir à minha desgraça?
Então, quando me tiraram dali
Levaram-me para longe das luzes
E percebi, que não foste tu que me calaste
Que não foste tu que me gastaste nas tuas mentiras
E utopias macabras.
Fui eu, que me esqueci de respirar sozinha
De como é perigoso pisar aquele chão,
De como é inteligível o meu silêncio
E o silêncio do mundo
Agora que deixaste de me aprisionar.
Viver comigo é um desafio
Aprender-me novamente também,
Mas é bem mais saudável
Que tentar te salvar.
1 comentário:
eu costumo dizer que o silêncio é tão importante quanto a música em si, ou até faz parte dela...
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