Perco a vontade nos dedos, nas amarras
Sigo sem pressa pelo caminho da indiferença
E entre aqueles que me amam
E aqueles que mais desejo
Vai um fosso profundo e sedento
De algo que não conheço.
Nunca fui de ficar de lado a brilhar timidamente na escuridão
Mas entendo, que com o tempo
A minha luz desvaneça
E se torne fosca, suja, infeliz.
Não posso ser diferente,
Já tentei e não consigo,
Esgotar-me na minha pele,
Como camaleão frustrado,
Não quero mais.
Aguardo que um dia me possa reconhecer
Como outra coisa qualquer
E que pelo menos a mim eu faça sorrir
Nem que seja por pura demência.