segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Rapto as Palavras dos Velhos

Ao pé da coluna maldita, encontram-se. Olham-se nos olhos, quase sem respirar. O ar frio penetra-lhes as cabeças, nos pequenos recantos que os chapéus não sabem tapar.

Ali estão. O silêncio existe, porém uma amálgama de gritos e de nervosismo paira.

Os casacos escuros, uns sobre os outros na paisagem, fazem lembrar troncos de velhas árvores, quase mortas.

As nuvens taparam o céu e ao longe ouvem-se os carros passar furiosos na auto-estrada.

É chegado o momento.

Depois, acendem os cachimbos, um a um, como comboios de ferro, naquela antiga estação.

Um deles inclina-se sobre o círculo e sussurra.

Aquilo que ele sussurra? Não interessa aqui.

O que importa é que ao pé da coluna maldita se encontram. Olhando-se nos olhos, quase sem respirar. Deixam que o ar frio lhes penetre as cabeças.

E ali estão até ao fim do dia, onde o silêncio existe, encobrindo uma amálgama de gritos e de nervosismo.

Com os casacos escuros, uns sobre os outros na paisagem, fazem lembrar troncos de árvores quase mortas.

As nuvens cobrindo o céu, os carros passando furiosamente na auto-estrada.

É chegado o momento.

Depois de fumarem os cachimbos, um a um, como comboios de ferro, naquela estação abandonada.

O que sussurrava já não sussurra.

E o que ele já não sussurra não interessa aqui.

1 comentário:

Mr. Andros, the dead (Junco) disse...

http://commoncorner.files.wordpress.com/2008/11/magritte1.jpg