Há algo de errado no chão do quarto
No chão do meu irmão
Há algo de cintilante no chão do quarto
No chão da tua mão
Há algo de vibrante no chão do quarto
No chão das minhas angústias
Há algo de feminino no chão do quarto
No chão das coisas justas.
Porque no chão já não acontece nada
Porque no chão já se apagou minha lágrima
E permanece algo de errado
No chão de um ano passado
No chão da minha voz
Vestígio da minha antiga estrela.
Há algo de novo no chão do quarto
No chão da família
Há algo de cantábrico no chão do quarto
No chão do futuro fogoso
Há algo de estrangeiro no chão do quarto
No chão de olhares novos e potentes
Há algo de masculino no chão do quarto
No chão das coisas quentes.
Porque no chão esqueci tudo
Porque no chão quebrei minha identidade
E permanece algo de errado
No chão de um ano adivinhado
No chão da minha alma
Vestígio da minha antiga mágoa.