Quando não te vejo
Não te ignoro
Ou não te olho nos olhos
Sinto-me vazia.
És o meu público
Em faces te desfazes
Em laços me trazes
Ao palco
Para com palmas eu conseguir tremer.
Não sei, não quero perceber
Quero esquecer o passado magoado.
Quero reconhecer-me
Quero gritar-te aos ouvidos
Que me expliques esse teu súbito interesse,
Ou aquele desinteresse por te deixares tocar,
És sempre assim...
Onde estavas tu?
Porque não me foste ver?
Porque não me deixaste ser
Para ti o céu
Para ti a lua
Para ti o traço da traça
Que percorre a luz da memória,
Numa história que te contei sexta-feira à noite.
És meu presságio,
És meu sem eu saber
És meu plágio,
És meu sem eu saber.
Eu sei, sou a primeira,
Outra vez a primeira,
Mas tu já não és defeito
Fazes parte da selecção natural da minha triste cabeça,
És mais um demente, doente
Que quero curar.
Vais sendo parte de outras escadas,
De outras moradas que também não compreendo,
Mas ao menos tens os pés no chão,
Queres fazer crescer coisas
És uma espécie de deus,
Não um deus a extinguir a sua espécie...
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