Na casa nua de gente
A luz branca inunda os defeitos
Mostra-os em carne crua
Sem outro intento
Deixa-nos rodeados de solidão
E caminhamos lentamente entre os móveis
Inexistentes, Invisíveis
Sem exatidão
Traçando percursos que nada dizem.
Descalça percorri o jardim despido e húmido
Até à parede onde dei por mim sedenta
E num arco velho desenhei
Água azul e límpida
Mas não chegou para saciar
A melancolia que vive em mim.
Tenho caminhos desenrolados a meus pés
E não há amor aqui
Não há utopias inocentes
Está tudo em ruínas
E chove incessantemente.
Quem me dera que o tempo não fosse cruel
Que o teu coração ouvisse o bater do meu
Que as tuas pernas se enrolassem nas minhas
E sem me quereres perder
Me abraçasses num beijo interminável, incorruptível, infinito.
2 comentários:
Meu Deus, que poema mais lindo. Que delicadeza, que linguagem, que imagens...
Chorei.
Você é uma pérola da poesia. E eu ainda vou te publicar, minha amiga.
Um beijo cheio de saudade
Meu Deus, que poema mais lindo. Que delicadeza, que linguagem, que imagens...
Chorei.
Você é uma pérola da poesia. E eu ainda vou te publicar, minha amiga.
Saudade.
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