Elas seguem nauseabundas,
Nas suas formas:
Uma arredondada a outra obtusa.
Entre as peles macias e pálidas
O ódio nasce timidamente robusto.
Fortes feras
Que se inclinaram para a morte orgásmica,
Hoje caminham juntas.
Dos leitos que provaram,
Dos gritos que soltaram,
Resta agora o silêncio defunto dos corpos gastos.
Uma pára,
Sustendo-se na indecisão
Do vómito e da culpa.
A outra agarra-a,
Sem vontade,
Os seus lábios cheios de indiferença
Estão selados.
Não sai nada daquele corpo redondo e triste.
E a outra vomita o excesso de whisky,
O excesso de merda que engoliu
Porque não sabe fazer outra coisa.
Limpa-se ao casaco,
Está pronta.
Continuam.
Entram no nevoeiro e perdem-se
As mãos tentam encontrar-se.
Não há socorro aqui,
Não há luz, não há fado.
"Inês, estou cansada, vou voltar para trás."
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