domingo, 20 de junho de 2010

O meu herói disse-me adeus...



Não há paixão, o que existe aqui é apenas tédio.
Quando a platina cai sobre a cidade, a cidade gela.
São estrelas decadentes irritadas por lhe retirarem o tapete.
E tu tens noção, tens consciência de que isto é uma doença, que os sintomas te saem caros.
Já não és uma criança para levares a ilusão ao extremo de passares um e outro dia fingindo ser quem não és e teres o que não tens.
Onde está essa dor no peito? Não a sentes?
Sabes que ela está aí para te meter medo, para te lembrar de que já não existem segredos em ti.
Tu já não te escondes de ti próprio e isso dilacera-te, porque já percebeste que és uma besta podre por dentro. E mesmo assim continuas a sê-lo.
Cobarde.
O amor é ter coragem de apregoar a verdade.
Mas o teu amor volta a ser impossível e volta a cair na mentira.
Morte ao impaciente que cai na tentação de mudar o rumo das coisas, porque tem medo daquilo que sente.
Que acabe aqui o que se tornou monstruoso.
Que termine aqui o tormento de anos.
Que este seja o teu fim.

1 comentário:

Anónimo disse...

foda-se. o que sobra se não a mentira? e uns minutos convencem-me facilmente a ficar até amanha.