quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cristal (Série de Narrativa - I)

Acordar naquela casa é para mim um estranho prazer. Desejo sempre acordar, mas evitar as demoras na cama, estar ali, habitar aquela casa, bem cedo, antes que o ruído e o frenesim da cidade voltem a perturbar o seu silêncio.
Então levanto-me e a rotina torna-se quase agradável, até chegar ao quarto depois do banho e perceber que terei de sair dali.
Apanho o metro. Já me desabituei de olhar para tudo e todos, aliás, ao início quando o fazia não era por curiosidade, era apenas para te vislumbrar na multidão. Não, ainda não te encontrei, uma única vez. Então abstraio-me das caras e dos corpos pesados ao olhar para as letras breves de um livro que comecei a ler, agora que tenho tempo. De um momento para o outro chego.
Caminho agora para a nova vida que escolhi. Estou aqui, escolho começar agora! Friamente, sem “quês” nem “porquês”! Vou dar o primeiro passo!
É agora! Quando os tambores soarem, quando o meu coração saltar de alegria sincera por estar viva e conseguir realizar os meus humildes sonhos.
Nisto tocam os tambores, e eu não expludo de alegria, não… Sou apanhada de surpresa por uma súbita doença.

(...)

3 comentários:

Anónimo disse...

de quem é isto?
Agathe

Coco Prado disse...

É meu Agathe... Fui eu que escrevi. Então porquê?

Anónimo disse...

Interessante, subitamente inspirador.