As tuas palavras continuam a queimar-me como magma
As minhas memórias de ti continuam cravadas nas minhas pálpebras
O meu nariz continua infestado com o teu doce odor,
E tu estás tão longe, e és quase nada.
A minha mente persegue o teu rasto
Alenta visões do teu corpo
Murmura o cansado timbre da tua rouca voz
Eu já não te conheço
Nem te reconheço nas cartas que me escreves
E me envias por engano.
Aos poucos as fotografias gastas na parede
Tornam-se quadros anónimos
E tu começas a ser uma lenda,
Um mito esquecido de amor eterno.
Os dias passam e eu tento odiar-me
E odiar-te por aquilo que fomos,
Para ser mais fácil esquecer-te
Para me convencer de que não passas de uma ilusão.
As pedras gastas da calçada já não reconhecem o teu andar,
E o vento que sopra nas árvores já não se lembra de te beijar a face,
Tudo se torna distante
Como sonho breve numa madrugada chuvosa que anuncia o Outono.
Não há mais histórias hipócritas de encantar.
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