quinta-feira, 25 de junho de 2009

Expiação




Porque penso em ti
Vezes sem conta?
E recordo todo o meu passado
Vezes sem conta?
E te quero tantas vezes mais?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Desaparecimento do Marinheiro

"Só o mar das outras terras é que é belo. Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca."

F.P., o Marinheiro

Estavam ali, sentadas
As três,
Deitada a quarta
No silêncio do quarto
Do velar o desconhecido
No esquecimento.

Ao longe
Da janela
Via-se aquele mar salgado
Sem um único murmúrio de ondas
Sem um único murmúrio de vento.

Quem é aquela que está deitada?
Porque finge estar morta?
Porque ouve em segredo o Sonho
E deseja sem mais palavras Ser
Na terra fria e húmida?

Quem são vocês
Amadas?
Estão velando por ela?
Desistiram da Vida
Desistiram da realidade obtusa
Continuem as metáforas da solidão.

Ficaram sós deste lado da Terra
O mar vos engoliu o futuro
O mar vos deixou inférteis
O mar vos roubou a juventude.

Porque estão aí paradas
Não vêem que não existem?
Vocês contam o Sonho e são Um Outro Sonho
Estão condenadas à escravidão da liberdade.

Podem ser tudo, podem ser nada
Mas escolheram estar sentadas
A velar a desgraçada
Cujo Marinheiro abandonou
Por outra Pátria gasta
Acabada
Que no fim o matou.

"PRIMEIRA : Ao menos, como acabou o sonho?
 SEGUNDA: Não acabou... Não sei... Nenhum sonho acaba..."

domingo, 21 de junho de 2009

I bring you poetry...





Well there is something in the air
That makes it difficult to live
The way we lived back in the days
When we had all the time to kill
It's just the wildfire burning
There's no way to put it out
Just a wildfire spreading
Through my days and through my nights
Don't ask no questions
Don't ever tell no lie
I'm so tired of explaining
Every minor detail of my life.

M.D.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Avec coeur




Mon coeur, c'est fort 

Perdu tout pouvoir

Avec moi, avec toi, avec coeur, 

Avec un et c'est pris 

Nos têtes, nos langues, 

Nos oreilles étaient toujours remplies 

Mais les histores et chansons de la perte d'innocence 

M'ont tellement hanté 

Que j'ai remis mes mains dans mes poches 

Et ma langue dans ma propre tête.


L.O.T.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Leitura dos meus últimos desejos




Ele voltou para ela
E eu consumo-me 
Sem cumprir promessas
Sem dormir.

Estou à espera do regresso
À espera da própria espera
Que é tê-lo na minha mão
Não o deixando fugir.
 
Tenho o recado guardado
A carta já decorada
Para a chegada do pelotão.
 
E trago no ventre
A vontade de carregar
Outra geração.
 
Saboreio o tempo
Este tempo que é viver na ignorância
Na iminência da tempestade.

E sempre desejando a verdade
Aguardo que ela não venha no teu caixão.