O facto sarcástico de te teres lançado no ar,
De te teres arriscado a voar para longe.
Cabes invisível naquela fotografia,
És tu e mais ninguém,
E consigo distinguir-te,
O teu vazio é teu e de mais ninguém.
Cabes aqui, estranhamente.
Dóis e não sei porquê,
Estou a olhar-te,
Continuo a ver-te.
Estou pregada ao chão
Deixo inundar os meus olhos com lágrimas,
Deixo-me percorrer por esta perda que não é minha.
As lágrimas caem,
Começo a vislumbrar-te
Por detrás deste véu aquoso.
Mas tu nem sequer aqui estás
És apenas uma ideia,
Uma recordação silênciosa e infame.
És o vazio que ocupas
E mais ninguém.
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