quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Afinal quebramos os dois...
Segura o café
Não o deixes cair
Larga a colher
Não me deixes partir.
Um espaço sagrado foi violado
As mãos trementes
Olhos vagos
Quebraram o silêncio falado.
Um voto foi quebrado
As mãos trementes
Olhos vagos
Quebraste a minha certeza.
Olho-te, olho-me
Penso o quanto isto é ridículo
Quem és tu?
Estamos apertados
Nesta porta que roda
E não nos deixa sair.
Estou aqui,
No quarto escuro
No baloiço seguro
Por ti.
Olha-me quando chegares,
Beija-me quando gostares de me ver,
Não tenhas medo de ser diferente
Sê quente, sê ardente
Sê outro alguém.
"É quase pecado que se deixa, Quase pecado que se ignora."
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
O último banho
Horizonte, água, cheiro
Suor, sol, luz por inteiro.
Se penso em ti
Lembro-me que me abandonaste
Se penso em ti
Lembro-me que me deixaste
Afogada na tua luz...
Se mergulho nesta água
Se me deito nesta cama
Sonho apenas contigo
E quando chego à superfície
E respiro
Esqueci que estive contigo.
Quando não te vejo
Quando não te falo
Quando não te toco
Quando não te sei os traços
Sinto-me novamente,
Sou feliz.
Só não entendo porque me cantaste na pele, naquele último banho, o voto de efemeridade,
Como quem jura eternidade na boca do presente.
Suor, sol, luz por inteiro.
Se penso em ti
Lembro-me que me abandonaste
Se penso em ti
Lembro-me que me deixaste
Afogada na tua luz...
Se mergulho nesta água
Se me deito nesta cama
Sonho apenas contigo
E quando chego à superfície
E respiro
Esqueci que estive contigo.
Quando não te vejo
Quando não te falo
Quando não te toco
Quando não te sei os traços
Sinto-me novamente,
Sou feliz.
Só não entendo porque me cantaste na pele, naquele último banho, o voto de efemeridade,
Como quem jura eternidade na boca do presente.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Espirituosas...
Quando não te vejo
Não te ignoro
Ou não te olho nos olhos
Sinto-me vazia.
És o meu público
Em faces te desfazes
Em laços me trazes
Ao palco
Para com palmas eu conseguir tremer.
Não sei, não quero perceber
Quero esquecer o passado magoado.
Quero reconhecer-me
Quero gritar-te aos ouvidos
Que me expliques esse teu súbito interesse,
Ou aquele desinteresse por te deixares tocar,
És sempre assim...
Onde estavas tu?
Porque não me foste ver?
Porque não me deixaste ser
Para ti o céu
Para ti a lua
Para ti o traço da traça
Que percorre a luz da memória,
Numa história que te contei sexta-feira à noite.
És meu presságio,
És meu sem eu saber
És meu plágio,
És meu sem eu saber.
Eu sei, sou a primeira,
Outra vez a primeira,
Mas tu já não és defeito
Fazes parte da selecção natural da minha triste cabeça,
És mais um demente, doente
Que quero curar.
Vais sendo parte de outras escadas,
De outras moradas que também não compreendo,
Mas ao menos tens os pés no chão,
Queres fazer crescer coisas
És uma espécie de deus,
Não um deus a extinguir a sua espécie...
Não te ignoro
Ou não te olho nos olhos
Sinto-me vazia.
És o meu público
Em faces te desfazes
Em laços me trazes
Ao palco
Para com palmas eu conseguir tremer.
Não sei, não quero perceber
Quero esquecer o passado magoado.
Quero reconhecer-me
Quero gritar-te aos ouvidos
Que me expliques esse teu súbito interesse,
Ou aquele desinteresse por te deixares tocar,
És sempre assim...
Onde estavas tu?
Porque não me foste ver?
Porque não me deixaste ser
Para ti o céu
Para ti a lua
Para ti o traço da traça
Que percorre a luz da memória,
Numa história que te contei sexta-feira à noite.
És meu presságio,
És meu sem eu saber
És meu plágio,
És meu sem eu saber.
Eu sei, sou a primeira,
Outra vez a primeira,
Mas tu já não és defeito
Fazes parte da selecção natural da minha triste cabeça,
És mais um demente, doente
Que quero curar.
Vais sendo parte de outras escadas,
De outras moradas que também não compreendo,
Mas ao menos tens os pés no chão,
Queres fazer crescer coisas
És uma espécie de deus,
Não um deus a extinguir a sua espécie...
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
Achei piada
De tão parados e frios
Sozinhos em triste estado
Ficámos à espera de nossos padrinhos
Embriagados.
Tive de abrir a minha boca
Tive de me aperceber do teu olhar
Tive de te tocar
Tive de te insultar
E tive de te ofertar minha saliva.
É tédio?
É frustração?
Mal te conheço
Já pareces desilusão...
Olha para mim
Assim
Sem medo
Conhece-me
Desvenda-me com teus dedos.
Ri-te para mim
Amante sarcástico
Que a lua já vai alta
E os oboés já se calaram.
É findo o tempo
É chegada a ocasião
Chega teu corpo ao meu
Dá-me a tua mão...
Vamos para tua casa.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
domingo, 6 de janeiro de 2008
Por Hécuba!
"O que é Hécuba para ele ou ele para Hécuba,
Para que ele assim deva chorar por ela?
Que faria ele se tivesse uma causa e um motivo de paixão
Iguais àqueles que eu tenho?
Inundaria com as suas lágrimas o palco,
Rasgaria todos os ouvidos com terríveis palavras,
Enlouquecendo os culpados, alarmando os que estão livres,
Confundindo os ignorantes, transtornando
As próprias faculdades da vista e do ouvido."
Para que ele assim deva chorar por ela?
Que faria ele se tivesse uma causa e um motivo de paixão
Iguais àqueles que eu tenho?
Inundaria com as suas lágrimas o palco,
Rasgaria todos os ouvidos com terríveis palavras,
Enlouquecendo os culpados, alarmando os que estão livres,
Confundindo os ignorantes, transtornando
As próprias faculdades da vista e do ouvido."
W.S., Hamlet
Horse Tears
Night has fallen
Mute and cold
My horse is crying
But you know there is time
But you know there is time
But you'll never learn
Keep you safe
Dare to come
But you love me still
But you'll never learn
Tears to come
You have dammed me
But you're the one
That you're forever
And they stare
But you know
That there's strength
And you love a knight
Who stewed out those tears
Years to come
But you love the tears
And you love the tears
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Memória
Há algo de errado no chão do quarto
No chão do meu irmão
Há algo de cintilante no chão do quarto
No chão da tua mão
Há algo de vibrante no chão do quarto
No chão das minhas angústias
Há algo de feminino no chão do quarto
No chão das coisas justas.
Porque no chão já não acontece nada
Porque no chão já se apagou minha lágrima
E permanece algo de errado
No chão de um ano passado
No chão da minha voz
Vestígio da minha antiga estrela.
Há algo de novo no chão do quarto
No chão da família
Há algo de cantábrico no chão do quarto
No chão do futuro fogoso
Há algo de estrangeiro no chão do quarto
No chão de olhares novos e potentes
Há algo de masculino no chão do quarto
No chão das coisas quentes.
Porque no chão esqueci tudo
Porque no chão quebrei minha identidade
E permanece algo de errado
No chão de um ano adivinhado
No chão da minha alma
Vestígio da minha antiga mágoa.
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