No espelho te olhas sorridente
Esperando alcançar esse abraço quente
Mas nem tudo permanece
Esperando por ti.
Vais gastando os teus dedos
Aqui e ali nas manhãs cinzentas
És negro breu que se deita
Quieto, calado
Sem querer
No meu peito gelado.
Não se esquecem de mim os dias
Essa chama acesa que brilha no quarto fechado
Mas eu não me esqueço de ti
Do fogo em que ardes cá dentro.
E nem respiras, tocando-me, sem medo
Eu não quebro
Ficando o silêncio oportuno para se criar o segredo
Entre nós.