quinta-feira, 7 de junho de 2012

Salvei o Mundo


Dei por mim a falar com estranhos
Porque não tenho mais ninguém
A solidão engoliu-me tão depressa
Que não tive tempo de me despedir do Mundo.

Apetece-me tudo o que é distante
E o silêncio dói
Como espinhas finas atravessando-me a garganta
Como fogo incolor que me queima os olhos.

Ninguém quer saber
O nada que há em mim
Este vazio que me domina
E me faz ser melancolia.

Tenho saudades da menina
Que em tempos fui
Tenho saudades da adrenalina
Que em tempos senti.

Sinto falta de ser adorada
Como eu adoro o sol e as estrelas e a lua
Ao fumo de um ou outro cigarro
Que vou encontrando por aí.

Tenho saudades de ser tua,
De te tocar a alma
Sentir-me presa a ti
Tenho saudades de pertencer em vários corações,
Como calor ardente, fulgente
Que mata se não fala
Que mata se não toca
Que desespera se não beija.

Ai que saudades que tenho de saliva
E de suor
E de lágrimas
Do riso orgásmico do vento
Num desflorar de Abril.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mato os dias afundada nas palavras
Que ninguém diz por querer.
Passo os dias magoada com os gestos funestos
Que ninguém faz por pensar.

E nos acordes e nos solos do Jobim
Fico pelo fim da minha angústia repentina
E Deus sabe como vibra a minha mente
Entre as coisas que não são minhas
E as que quero ter.