quinta-feira, 30 de outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Capítulo 0

Estou no centro
Cansada de esperar
Para entrar no próximo capítulo
A suportar discussões
Embriagadas
Os jogos dos fumadores
E pergunto a um careca nojento
Que está sentado num banco
Aquilo que devo fazer
Ele responde simplesmente: Sim!
Aqui está, é o novo capítulo
Subo a rua
Viro à direita
Viro à esquerda
Encontro um pedaço de passado
Disfarçado pelo fumo de mais um cigarro,
As beatas não me caem bem!
Depois trocamos números de lotaria
Será que a sorte nos calha?
Sigo em frente e paro
No circulo atolado de quadrados
À espera do meu erro,
Da minha porta fútil e viva.
Aí está ela! Sai, paga a conta
Aperta a mão a um sujeito
E vem para mim com sorriso forçado
Como se eu fosse o fim triste de uma noite pestilenta.
Estou dentro do caixote do lixo
Verde de enjoos com o que se vai passar.
Mas vamos! Para evitar frustrações pego num belo pombo correio,
Faço-o voar, para enviar um pedido de socorro
A quem não me pode salvar.
Inútil!
Seguimos, descemos as escadarias da Igreja,
Caem-nos favas em cima das cabeças,
O arroz está caro e não se pode estragar
Assim, com cerimónias efémeras
Procuramos padrinhos,
Telefonamos-lhes...
Não estão! Não podem! 
Encontraram um ninho de amor...
Volto para o mesmo sitio,
É para onde a minha porta me trás
De volta à mesma velha merda.
Animal, acalma-te!
Fugimos... Eu vi-o!
É tão melhor, tão quente
Tão chão, tão terra!
Que pena ter marcado o número errado...
Já não escrevo cartas de amor... 

sábado, 18 de outubro de 2008

The same old goodbye

You knew in five minutes, 
But I knew in a sentence 

It's not like I dropped the bomb, 
on my conscience  
It takes fightin' day and night 
to make such a good thing die 

Out, everyone out 
I give too much shit at home 
In my heart and mind 
It gets me every time 

So why do we go 
Through all this shit again? 
Your eyes are Flutterin' 
Such pretty wings. 
A moth flyin' into me 
The same old flame again 
It never ends.

TAF

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nugénio


A minha forma de repousar 
Torna-se turva
Os sonhos atormentam-me
Não consigo deixar de vislumbrar
Tragédia
Nas linhas que escreveste,
Porque percorremos ruas 
Subimos dunas
Apregoando cumplicidade
E agora sinto me aqui
Só 
Não te sabendo fechar nessa caixa
Para fazeres companhia a Camões.
Quero despedir-me de ti
Mas não deixas
Assim é tudo despido de sentido.
Até que aqui chegues
Até que eu chame o teu nome
Irá surgir todo um Universo
Perder-se-à a nossa história
Nunca mais teremos inverso
Nunca mais se saberá o que Tu Disseste
Ou o que irias dizer,
Isso morre, mas não Interessa
Não Interessa NADA!

domingo, 12 de outubro de 2008

Navoar

Era uma vez um mono-asa.
E como era mono-asa só podia voar numa direcção.
Mas a generosa natureza tinha tomado as suas providências e ao mono-asa não interessava de onde vinha ou para onde ía. Por isso a sua asa tinha a forma de uma barbatana, e a maior parte das vezes servia-lhe de leque.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Estranha forma de vida...

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais sao meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus

Que estranha forma de vida
Tem este meu coracao
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condao
Que estranha forma de vida

Coracao independente
Coracao que nao comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coracao independente

Eu nao te acompanho mais
Para deixa de bater
Se nao sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu nao te acompanho mais

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O pacto de Lumière

Há pequenos degraus que não consigo subir,
A vertigem impõe-se
O medo é maior,
Prefiro seguir as tuas pegadas na ordem descendente
Na perfeição submersa de nós dois.

Não combino o encontro rígido
Mas mesmo assim ele acontece
Parece que o tempo
Nos faz chegar, cruzar
No mesmo sítio, confundindo-nos.

Celebro hoje um pacto com o acaso
Contigo e com todos os outros
Pareço ter sido feito para cair ao sabor das tempestades,
Quando chegam as chuvas
Para depois, quando me abandonam, só
Na terra húmida,
Tornar a nascer.